A recente disputa comercial entre Estados Unidos e Brasil não envolve apenas questões políticas e tarifárias. Minérios muito cobiçados pela indústria e abundantes em nosso país chamados de “terras raras” também estariam entre
Terras raras em ilha submersa podem tornar o Brasil uma potência no mercado de eletrônicos?

E tem quem domine tudo isso: atualmente, a China responde por cerca de 60% da produção global de minas de terras raras e 90% da criação de ímãs com base no processamento delas. O país asiático investiu pesado no setor nos últimos anos pensando estrategicamente. Ele já estava direcionado para a fabricação de semicondutores e outros equipamentos de precisão e quer dominar toda a cadeia de processos.
Já os EUA não têm uma reserva tão grande, mas são interessados na compra deles para utilização na indústria — inclusive deixando as diferenças de lado e até eventualmente negociando com os próprios chineses.
No Brasil, a exploração mais concreta de terras raras hoje acontece por uma empresa chamada Serra Verde, cuja sede e mina fica em Minaçu, no norte de Goiás. A companhia, porém, é controlada por investidores principalmente dos Estados Unidos e exporta o material extraído quase todo para a China. O estado de Minas Gerais é outro possível polo de concentração desses elementos.
Quem sai ganhando nessa disputa
O interesse por terras raras é alto hoje por vários motivos, das demandas da indústria por melhorias nos equipamentos até a busca por uma transição energética para além dos combustíveis fósseis.
Isso também resulta em brigas políticas: os EUA negociaram participação nas minas de terras raras da Ucrânia em troca de apoio na guerra contra a Rússia — e podem usar os materiais como moeda de troca ou garantia para reduzir o atual tarifaço contra o Brasil.

A equipe de Jovane, por exemplo, fez testes nos materiais encontrados na Elevação do Rio Grande e teve sucesso em laboratório para várias aplicações práticas não só de terras raras, mas outros minérios interessantes para indústrias. O estudo segue em andamento, mas o professor adianta que “as aplicações claramente são gigantescas“.
Só que o país promete jogo duro. “Se essas terras raras e esses minerais críticos existem aqui no Brasil, eles são nossos e a gente não vai permitir que sejam explorados como foram outros minérios durante tanto tempo”, disse o presidente Lula em reunião recente.
O governo prometeu montar uma comissão para aumentar as pesquisas de identificação de minérios e estabelecer parcerias com empresas interessadas em atuar como a Serra Verde já faz por aqui. O Brasil pode não aproveitar integralmente as riquezas que possui, mas também não quer sair perdendo nessa disputa.
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