A tradicional fabricante HP apresentou o relatório do ano fiscal de 2025 e, junto das informações financeiras, confirmou também uma demissão em massa. A reestruturação anunciada vai resultar na dispensa de um número que gira em torno de 4 mil a 6 mil funcionários.
O planejamento da companhia envolve uma mudança estratégica de longo prazo: até 2028, ela quer automatizar mais processos, cortar custos e adotar ferramentas de inteligência artificial (IA) que permitam a redução na quantidade de colaboradores. A estimativa é de que até US$ 1 bilhão seja economizado anualmente no processo.
No relatório, a HP confirmou a distribuição de lucros aos acionistas a um valor de US$ 2,90 a US$ 3,20 por ação — valor um pouco abaixo da expectativa do mercado, que era de US$ 3,32 por unidade. A receita do ano fiscal foi de US$ 55,3 bilhões, um crescimento de 3,2% em comparação com o período anterior.
Já os números do último trimestre do ano fiscal apontam para uma divisão em alta e outra em baixa. A venda de PCs subiu 8% em receita, em especial pela busca por computadores para rodar IA e a migração para máquinas com Windows 11. Por outro lado, a comercialização de impressoras caiu 4% em comparação com o ano passado.
As demissões serão globais, mas a companhia ainda não determinou quais serão as regiões ou os setores mais impactados. Porém, ela cita impactos positivos em produtividade e satisfação do consumidor como possíveis consequências positivas do projeto.
A execução de todo o plano demandará gastos de cerca de US$ 650 milhões, sendo que por volta de um terço do valor será descontado já no ano fiscal de 2026.
Mais demissões por IA na indústria
- O atual CEO da HP, Enrique Lores, disse há dois anos que a IA iria “mudar a indústria de computadores” e “redefinir o que é um PC“. Porém, a companhia não conseguiu se destacar no nível esperado até o momento nesse setor. Agora, ele já fala em “execução disciplinada” do plano que será o foco da marca.
- No fim do primeiro semestre de 2025, a HP já lucrou abaixo do esperado apesar de uma receita alta, culpando as tarifas impostas por Donald Trump em especial para produtos fabricados na China — ela atualmente produz boa parte dos aparelhos que são vendidos nos EUA no país asiático.
- Em reestruturações recentes, empresas que também dispensaram funcionários para ampliar investimentos em serviços internos de IA incluem a Amazon (14 mil funcionários), a Microsoft (cerca de 6 mil pessoas) e também a AMD (4% do quadro total, ou aproximadamente mil colaboradores).
A HP também pode encontrar problemas nos próximos meses por causa de outro fator de mercado: a crescente crise nos chips de memória, que deve elevar o preço desses componentes e, por consequência, fazer o preço de computadores também subir. Saiba mais sobre o tema nesta matéria do TecMundo!
