O mito de , por outro lado, enfatiza o terror psicológico e a dor existencial.
Guillermo del Toro usa o horror não para assustar, mas para emocionar. Em vez de longos debates sobre moralidade, o longa se concentra na tragédia das relações entre pai e filho, criador e criatura, homem e sociedade.
A abordagem torna a história mais acessível para o público contemporâneo, sem perder o peso simbólico que consagrou a obra original.
2. O desfecho é mais íntimo e simbólico

Enquanto o livro termina em uma paisagem gelada, com a criatura desaparecendo no Ártico, o filme opta por um final mais emocional e metafórico.
Guillermo del Toro fecha a narrativa com um tom de redenção e arrependimento, destacando o elo trágico entre criador e criação.
Em vez de uma fuga rumo ao nada, o longa propõe uma catarse emocional, em que o perdão, ainda que impossível, parece mais próximo do que a vingança.
É um encerramento que se alinha à visão poética e espiritual do diretor.
1. Guillermo del Toro transforma o mito em arte

Por fim, a maior diferença não está apenas na história, mas na forma como ela é contada. O Frankenstein de Del Toro é uma releitura visual e sensorial, que mistura terror, romance e melancolia.
O diretor insere sua assinatura autoral em cada detalhe, das composições de cena aos figurinos, passando pela trilha sonora melancólica e pelo ritmo contemplativo.
O resultado é uma obra que respeita o legado de Mary Shelley, mas também reivindica sua própria identidade artística, fazendo de Frankenstein uma adaptação mais pessoal e impactante.
O Frankenstein da Netflix, portanto, não é apenas uma nova versão, é uma reinterpretação sobre o que significa ser humano em um mundo que cria e destrói ao mesmo tempo.
Guillermo del Toro, nesse sentido, entrega um filme que combina horror e poesia, reinventando um mito que ainda hoje nos obriga a encarar nossos próprios monstros.
E, você, o que achou do filme Frankenstein, da Netflix?