Aeroportos de diferentes cidades ao redor da Europa estão passando por um período de caos desde a noite da última sexta-feira (19). Um ciberataque atingiu um sistema essencial para o transporte aéreo da região e segue sem ter todos os efeitos controlados mesmo três dias depois.
Os maiores problemas foram registrados em três localidades: o Aeroporto de Bruxelas, na Bélgica, o Aeroporto de Heathrow, em Londres, e o Aeroporto de Berlim. Porém, os problemas gerais de logística também acabaram afetando as escalas de vários outros países.
Como resultado, uma grande quantidade de voos foi cancelada ou atrasou consideravelmente nesses países, gerando muitas filas nos aeroportos. Só no último domingo, mais de 70 voos (entre idas para outros locais ou desembarques) foram cancelados, superando a quantidade já registrada no dia anterior.
Mesmo nesta segunda-feira (22), as companhias aéreas prejudicadas foram orientadas pelos aeroportos ou tomaram a decisão de reduzir a quantidade de viagens. O motivo da cautela é conseguir atender ao menos a uma demanda mínima de passageiros e evitar uma maior quantidade de cancelamentos, mesmo com os sistemas ainda fora do ar.
O que causou o ‘apagão’ nos aeroportos europeus?
- De acordo com a Agência da União Europeia para Cibersegurança (ENISA), o problema foi causado por um ciberataque da modalidade ransomware, que “sequestrou” sistemas inteiros de um serviço digital que é utilizado por várias companhias aéreas;
- A plataforma em questão se chama MUSE e é mantida pela empresa norte-americana Collins Aerospace, uma subsidiária da RTX. Ela é responsável por automatizar e gerenciar processos de check-in, despacho de bagagem e embarque;
- Companhias aéreas foram orientadas a desconectar os computadores logados no MUSE, talvez para evitar uma possível propagação do ataque. Além disso, os funcionários adotaram métodos manuais e que não eram usados há anos para serviços de check-in, além de laptops reserva e menos equipados — o que aumenta bastante o tempo de espera para os passageiros;
- Até agora, não há uma previsão concreta para o retorno integral dos serviços, mas os aeroportos agora orientam o passageiro a confirmar antes de sair de casa se o voo está confirmado e chegar com mais antecedência que o normal para o embarque. A maior parte das viagens deve acontecer, mas não em ritmo convencional;
- A Collins Aerospace confirmou que está em fase final de desenvolvimento de atualizações que possam restaurar os sistemas e restabelecer as operações automatizadas nos aeroportos. Ela ainda não detalhou o que aconteceu exatamente, citando apenas que passou por uma “disrupção relacionada com a cibernética”;
- Por enquanto, nenhum grupo de cibercriminosos reivindicou a autoria do ataque e não há evidências que apontem para atores já conhecidos desse setor;
A montadora Jaguar Land Rover também foi prejudicada por um ciberataque recente e chegou a paralisar a produção de veículos por vários dias após ter os sistemas comprometidos.
Você foi afetado pelo último grande ‘apagão cibernético’ em aeroportos, que foi registrado em 2024 após falhas na atualização de uma plataforma de cibersegurança? Conheça ou se lembre deste caso aqui!