Lançada na última sexta-feira (15), a série A Mulher da Casa Abandonada trouxe ao catálogo da Amazon Prime Video informações complementares ao podcast de mesmo nome, que fez grande sucesso em 2022. As duas produções contam a história de uma mulher misteriosa que habitava um palacete em más condições em Higienópolis, um bairro nobre de São Paulo.
Entre os personagens que se destacam na história está Hilda dos Santos, empregada brasileira que foi levada para os Estados Unidos por seus patrões. Isso resultou em 19 anos de exploração, que só chegaram ao fim após ela ser resgatada por uma freira e decidir denunciar seus patrões — entre eles Margarida Bonetti, que dá nome à produção.
Como está Hilda dos Santos atualmente?
Nascida na década de 1940, Hilda dos Santos passou a trabalhar com a família Azevedo durante a década de 1960. Ela foi levada por Renê Bonetti e Margarida Bonetti para os Estados Unidos em 1979, trabalhando sem registro ou salário e sendo obrigada a dormir no porão da residência que o casal estabeleceu em Maryland, no estado de Washington.
- Ela tinha que cozinhar, lavar, passear com cachorros e realizar diversas tarefas pesadas;
- Durante 19 anos, ela não teve salários, direito a férias ou acesso a seus documentos, que eram guardados por Renê;
- Além disso, Hilda também não podia acessar a geladeira ou a dispensa da casa, que eram trancados por chave;
- Ela conseguiu se libertar do casal em 1998, quando concordou em denunciá-lo ao FBI;
- Apesar de não falar inglês, Hilda vive até os dias atuais nos Estados Unidos, que considera como sua casa.
Em uma entrevista ao Minha Série, Katia Lund, produtora de A Mulher da Casa Abandonada, explicou que Hilda chegou a ser entrevistada para o podcast, mas ficou receosa de aparecer muito. No entanto, ela se mostrou mais confortável em fazer parte da série da Prime Video, na qual aparece em destaque.
Hilda foi essencial para a série
Segundo Katia Lund, a participação de Hilda acabou sendo essencial para a série. Após ela aceitar participar dos episódios, diversas portas se abriram para que outras pessoas envolvidas na história concordassem em aparecer. “O agente do FBI, por exemplo, só quis participar porque a Hilda estava envolvida. Os vizinhos também só aceitaram porque sabiam que ela estava junto. A freira que a operou, a mesma coisa. Quem abriu o caminho para esse documentário foi a Hilda”, explicou.
Ela também afirma que, sempre que a produção chegava na casa da mulher, ela estava arrumada e recebia a equipe com algum mimo. “Foi uma grande anfitriã e, de certa forma, sustentou toda a série. Levou cerca de seis meses para ela realmente se engajar no projeto”.
Nos três episódios de A Mulher da Casa Abandonada, Hilda compartilha sua história com suas próprias palavras, incluindo os abusos a que foi submetida. A produção do Prime Video deve ser tratada como um complemento do podcast de mesmo nome, dado que muitos de seus trechos presumem que o público já é familiar com a situação que está sendo narrada.
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