A TV QLED Q7F é um dos modelos da Samsung para 2025, com foco em ser uma opção mais acessível. Foi o primeiro modelo da marca neste segmento a incorporar os recursos que a Samsung denomina de Vision AI, que são funções que utilizam Inteligência Artificial para, teoricamente, aprimorar a qualidade de imagem e som da TV, além de introduzir funcionalidades extras e interessantes.
Testei esta TV por algumas semanas e, neste review, detalharei todas as minhas impressões sobre ela.
Design e conexões
O design é muito similar ao da linha Crystal, a categoria mais acessível de TVs 4K da Samsung. A construção é em plástico de boa qualidade. No entanto, esta não se enquadra entre as TVs mais finas e com acabamento premium do mercado.
Os pés inclusos oferecem duas posições de encaixe: uma mais centralizada e outra nas extremidades. Eles também permitem o ajuste de altura (mais alto ou mais baixo) e são fixados por encaixe e pelo peso da TV, dispensando o uso de parafusos.
Tela e áudio
Enquanto as TVs Neo QLED da Samsung utilizam a tecnologia Mini LED em conjunto com pontos quânticos para oferecer um contraste superior, a Q7F mantém uma abordagem mais simples no painel. A principal distinção das telas QLED para as LED convencionais reside na maior pureza das cores proporcionada pelos pontos quânticos.
O acabamento antirreflexo na tela cumpre o papel de reduzir reflexos, mas compromete ligeiramente o contraste e as cores. Recursos de software tentam compensar esta perda, mas o resultado final não se aproxima do obtido por modelos superiores como a Neo QLED da Samsung, uma QD-Mini LED da TCL, ou as OLEDs da LG e outras marcas mais caras.
O upscalling, que é o aprimoramento de imagens de baixa resolução, é eficiente, embora ainda seja fácil perceber quando a qualidade da fonte original é muito baixa.
A taxa de atualização de 60 Hz impede que a TV entregue a fluidez de movimentos ideal para games de última geração. Para jogadores, modelos mais antigos que ofereçam 120 Hz e suporte a HDMI 2.1 continuam sendo opções mais atrativas. A TV oferece suporte a HDR10+, apesar de o conteúdo neste padrão ainda não ser amplamente disponível, e também aproveita bem o padrão HDR10.
No geral, a sensação é que a qualidade de imagem é boa, mas as melhorias em relação aos modelos LED mais baratos são sutis.
O áudio é entregue por dois canais de 20W com saída inferior. Via software, a TV inclui Sincronia Sonora, Som Adaptativo e Som em Movimento.
Software
A utilização do aplicativo SmartThings é incentivada desde a configuração inicial da TV, processo que é facilitado ao usar o smartphone. Uma vez conectados, é possível controlar a TV pelo celular, desde que ambos estejam logados na mesma conta Samsung.
Em relação ao sistema, a Samsung promete sete anos de atualizações para o Tizen, seguindo a mesma política adotada para o software One UI dos celulares premium da marca.
Na versão atual do Tizen, o menu rápido de configurações está mais prático, aparecendo em uma janela no canto da tela. Fora isso, a aparência geral do sistema e os recursos básicos não sofreram grandes alterações.
A tela inicial ainda concentra aplicativos de streaming, recomendações e uma área considerável, porém pouco útil, no terço superior.

A aba Jogos reúne aplicativos e recursos do Samsung Gaming Hub, incluindo o app do Xbox Game Pass Ultimate para quem deseja jogar via streaming sem a necessidade de um console. (Vale notar que o recente aumento no valor da assinatura é uma questão da Xbox, e não um demérito da Samsung.)
Um novo recurso permite utilizar o smartphone como controle para jogar na TV, sendo também compatível com o serviço Xbox.
A aba Daily+ continua a focar na conectividade entre a TV, computador, dispositivos de casa inteligente e serviços de produtividade. Há também o app de karaokê, um recurso interessante para quem possui um microfone ou um smartphone Samsung compatível para uso como microfone.
Falando em ecossistema, um novo recurso presente nesta TV e em modelos superiores da Samsung é a possibilidade de controle por gestos utilizando um smartwatch da linha Galaxy Watch 7 ou mais recente, posicionado no braço. Ao ativar a função, o movimento do braço direciona um ponteiro (estilo mouse) na tela, e um gesto de pinça (unir os dedos) realiza o “clique”.
O uso exige superar uma curva de aprendizado e ajustar a sensibilidade do relógio. Mesmo assim, a usabilidade ainda é limitada; dificilmente o usuário preferirá esta função ao invés do controle remoto tradicional. A ideia é promissora, mas a execução precisa melhorar bastante para se tornar uma ferramenta realmente útil para quem faz parte do ecossistema da marca.
Por fim, a aba Arte exibe quadros e imagens, ajudando a compor a decoração do ambiente. Uma nova opção utiliza IA generativa para criar uma arte única, baseada nas preferências escolhidas entre as opções fornecidas pela TV.
Vale a pena?
A QLED Q7F da Samsung está disponível nos tamanhos de 50, 55, 65, 75 e 85 polegadas. Os preços oficiais variam de R$ 2.699 (à vista, para o modelo menor) a R$ 10 mil (parcelado, para o maior). Com certeza, esta TV se posiciona mais próxima das TVs 4K mais baratas do que das opções mais caras nas mesmas dimensões.

A linha Crystal UHD, por exemplo, apresenta preços menores em todos os tamanhos, com uma economia que pode variar de cerca de R$ 500 no modelo de 50 polegadas a quase R$ 3 mil no de 85 polegadas.
Considerando as poucas vantagens desta QLED mais básica, ela só se justifica nos tamanhos menores, ou caso apareça em alguma promoção com preços significativamente reduzidos.
Na mesma faixa de preço da linha Crystal, a TCL oferece modelos QD-Mini LED, como a C6KS de 50 polegadas, a P7K de 55 ou a P6K de 75. Graças à tecnologia de painel mais avançada, estas TVs trazem melhorias mais perceptíveis no contraste e nos tons de preto, e não apenas cores levemente aprimoradas.
Como alternativa, juntar um pouco mais de dinheiro e investir em uma OLED (LG ou Samsung) ou em uma Neo QLED da Samsung garantirá taxas de atualização aprimoradas (120 Hz) e as tecnologias de imagem e som mais avançadas do mercado.